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sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Ao Vivo... Esta Noite


Cadeira 133, no Sector A do Canecão, lá em Botafogo, descendo a Venceslau Brás, em plena Zona Sul.

«Oração ao Tempo»... Maria Bethânia: em homenagem a 40 anos de carreira, em tributo a Vinicius. Rendo-me, afinal.

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terça-feira, fevereiro 22, 2005

"My One And Only"

Não voltar atrás, Querida, é aceitar sem regatear o flagelo de seguir adiante deixando entre os teus dedos desnorteados todo o meu amar. É não querer saber sequer o farás de tudo quanto deixei contigo. É teu por direito. Pertence-te incondicionalmente esse lugar primeiro de quem, um dia, me veio antes de tudo e de todas as coisas e, de certa maneira, ainda vem. Nenhum receio, portanto, em admiti-lo. E se acaso te parece que te renego e atropelo é tão só pela impossibilidade de deixar que - em hipótese alguma - o possas perceber. Meras razões de sobrevivência mútua, bem vês! Tão minha quanto tua.

Mas em momentos como este, quando o absurdo me pesa mais que o coração, quando a estupidez indesculpável da perda me trava o movimento e me desata esta irreparável falta de nós, permito-me que a boca se abra porque não estás aqui e sei que já não podes ouvir-me dizer que te amo ainda e sempre, que não esqueço, que sei que eras tu, que sei que ainda és tu, que choro cada minuto sem nós, e que viver se tornou um desumano castigo sobreposto à saudade que anda pela minha memória em carne viva.

(...)

... Só este medo, Querida, (Ai, este medo!) de me esquecer com nitidez de cada traço do teu rosto, de cada microscópico fragmento de ti... por saber do impiedoso contínuo que a vida é... pela evidência inescapável de que viver é assistir de pé ao interminável rito de passagem em que se esvaiem todas as coisas.

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22 de Fevereiro: Over and Out

Morreste-me assim: à saída da Alameda. Depois da Liberdade.


... Damned you, K.!!...
Damned fucking you, Girl!!

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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Rede Vermelha

Sim... Um mundo no fim do mundo, sim!... Para expiar cansaços e depurar urbanidades... Um pouco de garoa fina no vento... um gosto de erva e o cheiro da jaboticaba pela manhã... Como antigamente.... E o silêncio. E ser outra vez sem mais ninguém. Nem mesmo tu.

Não é maldade, sabes?!... É só esta febre. Esta febre crónica: esta compulsão para um sossego mais aquém, um molejo de rede, um balanço de um corpo só, um ardor pela ausência branda de outras presenças dentro das horas. É esta febre que me escorrega de ti. Quando tiver ardido o bastante eu volto. Apesar de tudo, sei sempre qual a hora do regresso. Como os bezerros, nos confins do pasto.

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domingo, fevereiro 13, 2005

Fôlego

Deixa-me assim!... Deixa-me desaparecer do mundo um bocadinho. Só mais um bocadinho! Por favor...

Quero ser minha
para poder ser sua
Quero nunca mais partir
para longe de mim

Vem!
alivia...
adianta...
adivinha...


Quero ser sua
para poder ser minha


[«Espelho Seu» - Ivan Lins]

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sábado, fevereiro 12, 2005

«Chove Chuva»

Esta é talvez a única cidade onde gosto de não ter um volante entre as mãos. A única onde não me importo que afinal às vezes chova. Olho os pingos nos vidros, o caos vertido às impreparadas ruas... e sigo pensando, contra o estofo pegajoso do táxi, que agora já sei para onde fugiram todas as chuvas do Inverno do meu país: vieram para cá!... Fizeram como eu: desertaram. Devia telefonal a avisar Portugal, mas não posso. Tenho medo que me chame de volta também.

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sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Ambição

Suprema vingança: ... um dia inteiro na Livraria da Travessa, em Ipanema.

Afogo-me com um prazer quase masoquista no cheiro das páginas, nesse vago odor de raiz de nogueira brava que as estantes continuam a guardar como um talismã raro. E, quando por fim saio para a rua, cai um crepúsculo azulado sobre a calçada e eu percebo que nada se vingou afinal! Percebo que um dia inteiro só serviu para me chocar de frente com todas as horas que eternamente me hão-de faltar a tantos livros precisos!

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quarta-feira, fevereiro 09, 2005

«Acende a noite na Guanabara»

«Acende a noite na Guanabara, Meu Amor!...
Você me dá sorte, Meu Amor!
Você me dá sorte na vida!...
»

O Tempo?!... Ah, o Tempo!... Uma grandeza indolor. Um relance, talvez. Não, não sei o que seja. Quem sabe só isto que agora bebo em goles lânguidos: a luz trémula das velas, um reflexo cálido que dá nas missangas dos castiçais, a brisa quente que vem pela varanda rasgada, um certo marulhar dos carrilhões e as cores que puseste nas telas e agora escorrem um pouco por todos os lados: das paredes à toalha da mesa, dos fios chilenos do tapete às almofadas do sofá, da prega dos teus olhos à ruga do meu indicador. Eu não sei!... E (o que é pior) agrada-me não saber. Parece-te grave? Diz-me: parece-te assim tão demasiadamente grave?... Óptimo! Tanto melhor. Muito bom assim. Muito melhor.

«Acende a noite na Guanabara, Meu Amor!...
Você me dá sorte, Meu Amor!
Você me dá sorte na vida...
»

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Memo

Antes de começares o trabalho de mudar o mundo, dá três voltas dentro da tua casa.

[Provérbio Chinês - Autor desconhecido]

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terça-feira, fevereiro 08, 2005

Raiz Quadrada

Anda, então! Solta uma canoa na asa do tornozelo e arrasta-me ao longe. Como uma rede de malha aberta. Como um aluvião ao fundo. Temos penas e guizos, eu e tu. E o mesmo ressoar dos atabaques num fio de osso ao meio da cintura. E a mesma anca desprendida ao descompasso. Então vem!... Vem, sim. Veste-me de tintas e alça-me ao vôo. Rouba-me, que eu nem sempre lhes pertenço e ficas mais bela a cada vez que os desafias e suplantas... a cada vez que clamas ordens mátrias, poderes fêmeos... a cada vez que investes assim: vitoriosa, morena, raínha. Vem, sim. Vem e eu sigo-te uma vez mais. Como sempre. Como antes. Antes da capital, dos camarotes e das avenidas acesas. Sou como tu, sim: «da mesma luz, do mesmo amar».

... Que nenhum dedo que me tenhas visto corrido à pele te distraia daqui!


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segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Abre Alas!... A Mangueira vai passar!

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Certidão de Nascimento

É preciso amar de alma cada milímetro de chão pisado, para suprir esse mal calculado desvio do berço e resgatar como nosso um país inteiro: terra, gentes, nação, saberes, vícios, tradição - tudo incluído. Por direito e condição: «...de papel passado, assinatura lavrada em cartório e assinado em baixo: Deus!», como diria Vinícius (aquele que era Grande, aquele que era De Moraes). É preciso olhar um povo para lá das afinidades gémeas e da exótica rendição à simples visita cumprida, entre sonhos, desejos e planos, ainda que legitimamente realizados. Por isso quase nunca conto, raramente falo e muito pouco digo. Continuo sem saber como contar simbioses líquidas ao ouvido faminto e curioso dos que sempre serão irremediáveis turistas. Confesso que isso, eu ainda não aprendi. Não sei narrar coisa alguma áqueles que pedem tão só o fait-diver light de indefectíveis passantes. Porque não há, na verdade, nada a dizer-lhes. Ou antes, não há nada que lhes possa ser dito. Algo menos, por mim que sou do morro e escuto o surdo, que brinco na roda, danço orixás e canto em nagô.

... Que a franqueza possa me valer o seu perdão!

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Verde & Rosa: Segundo Ensaio



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domingo, fevereiro 06, 2005

Verde & Rosa: Primeiro ensaio


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Morro Estação Primeira da Flor de Mangueira

Mangueira teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou, ô...ô...
O morro com teus barracões de zinco,
Quando amanhece, que esplendor,
Todo o mundo te conhece ao longe,
Pelo som teus tamborins
E o rufar do teu tambor,
Chegou, ô... ô...
A mangueira chegou, ô... ô...


[Eterno Hino da Mangueira - sem data]

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De Volta à Outra Casa

Esta saudade, Meu Bem!... Esta saudade que não é de ti, é de acordar... que não é da cama, é do lugar... das cores da manhã quando se faz dia, do perfume do teu país, dessa luz escandalosamente gritada nos tons berrantes... berrantes de excessos, pulsantes de vida, vibrantes na total ausência da discrição que desconhece. Esta saudade, Meu Bem!... Ai, esta minha saudade!

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«Uma Vez»

«Tudo, que quiseres te darei, ó flor!
Menos meu amor
Darei carinho se tiveres a necessidade
E peço a Deus para lhe dar muita felicidade
Infelizmente só não posso ter-te para mim
Coisas da vida... é mesmo assim
Embora saiba que me tens tão grande adoração
Eu sigo a ordem e esta é dada por meu coração
Neste romance existem lances sensacionais
Mas te dar meu amor... Jamais!!
Mas te dar meu amor... Jamais!!

A gente ama verdadeiramente uma vez
Outras são puras fantasias, digo com nitidez
Mas uma história de linguagens
Sensíveis e reais
Pede o que quiseres, mas o meu amor... Jamais!!»



[ A velha sabedoria da negra gente do samba... Uma composição criada em 1976 por Monarca e Walter Rosa Seresta. Recomenda-se na voz de Marinho da Vila, mas pode não ser. Chama-se «Tudo, Menos Amor» e há mais quem a cante!]

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sábado, fevereiro 05, 2005

"Metas"

Interessam-me algumas "meta-experiências". Gosto das duas metades implicitas na coisa em si. Como esta, que germinou aqui, para se encerrar assim.

«Depois passa-se à frente», fica dito. É aqui que nos separamos, definitivamente. Como eu disse, existem algumas "meta-experiências" que me interessam, e esta constatação de facto pede-me um mastigar mais lento. Como todos os excessos, afinal. Como tudo o que é excessivo.

... Mesmo que esta coisa «inédita» de um «tempo (quase) real» não seja, em bom rigor tão inédita assim. [cf. aqui]


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Avião

Sabes, os circulos são linhas sem dobras onde as esquinas se amaciam em curva... Subitamente, um golpe de asa inesperado evita-me a uma nostalgia maior. Por todas as coisas que sempre foram e foi depois preciso consentir que deixassem de ser. Quando a vida se agoniou e me olhou mais de soslaio. Quando o passo se prendeu e todas as coisas se perderam num repente implacável. Quando o tempo de abdicar chegou e com ele todas as cedências, todas as concessões, toda a lenta e penosa aprendizagem dos recomeços abaixo da linha d'água. Percebes agora porque é hoje diferente o olhar que deito à aproximação da Guanabara?!... É que simplesmente não sei quanto tempo mais irá passar até voltar a poder vê-la de novo... Como agora!... nesta espreita saudosa em que outra vez a tenho ao alcance do olho. Demasiado azul para ser uma miragem. Demasiado próxima para se tratar tão somente de um qualquer imprevisível milagre.

(...)

Há sim!... Apesar de tudo, creio que há sim: um abraço "redentor" estampado contra o céu dos dias difíceis.

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... Sou Mangueira!

Mangueira despontou no infinito
Numa explosão de cor
Em sua sutileza e dom divino
O universo Deus criou
Fez a luz, separou da escuridão
Coloriu de verde e rosa
Toda sua criação
O mundo gira avança a tecnologia
A ciência faz o homem acreditar
Que a vida é uma fonte de energia pra sonhar


O vento corta o mar
Faz o moinho girar - vem sambar!
Com pensamento de amor, traz alegria no olhar
Que a energia negativa não vai te pegar


O desafio é o ciclo da vida
A água banha e guarda o tesouro desse chão
Da terra vi brotar tanta beleza
Do ventre da mulher uma nação
Mangueira, tu és o ar que eu respiro
O fogo que aquece o meu coração
A esperança de um novo amanhecer
É reciclar, sobreviver
Se me desafiar, pode contar não vou desistir
Pois a energia é o nosso desafio
E o nosso desafio é aqui


A energia do samba
É o combustível do amor - Sou Mangueira
Nos braços do povo fazendo fluir
A Verde e Rosa na Sapucaí




Número de títulos: 18
Enredo: «Mangueira energiza a Avenida - Carnaval é pura energia e a energia é o nosso desafio»
Carnavalesco: Max Lopes
Compositores: Lequinho, Junior Fionda e Amendoim
Intérprete: Jamelão
Mestre de bateria: Marrom
Mestre-sala e porta-bandeira: Marquinhos e Giovanna


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