Princess Bride
Faço, sim, esse sinal que te lança o galope. Porque é mais feliz o instante de empurrar a porta, entrar em casa e ver o teu chapéu pendurado no lugar certo: soberano de ti, Soberana. Como um espeto hirto, uma bandeira avançada ao pó, um crivo firme, um cruzeiro de pedra alva adiantado aos corredores. E sei de ti pelo perfume das maçãs-camoesa. Sei de ti pelos fios de terra que ganhaste ao chão, pelas pegadas paralelas na madeira encerada das tábuas. E sei que fizeste, na minha ausência, o caminho que te é devido. Até à minha cama. Onde agora dormes como quem me aguarda, sob o sono leve dos animais cansados. Soberana, sim. Rainha bandeirante, vinda de muitas léguas e cavalgadas. Podes sim, abrir meia dúzia de pestanas antes do meu sussurro. Tenho para ti um mergulho ao centro das águas fundas e franjas de pele nua para te alimentar os dedos. Porque amo quando me estendes a ti e em mim vens lavar cada poeira de estrada que trazes no corpo.
Etiquetas: Senhora Sul BLG
2 Comments:
Estas palavras são para dizer que fiquei sem palavras.
Bjinhe
Estou aqui pela primeira vez e confesso-me deslumbrada com a tua escrita...
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