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segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Certidão de Nascimento

É preciso amar de alma cada milímetro de chão pisado, para suprir esse mal calculado desvio do berço e resgatar como nosso um país inteiro: terra, gentes, nação, saberes, vícios, tradição - tudo incluído. Por direito e condição: «...de papel passado, assinatura lavrada em cartório e assinado em baixo: Deus!», como diria Vinícius (aquele que era Grande, aquele que era De Moraes). É preciso olhar um povo para lá das afinidades gémeas e da exótica rendição à simples visita cumprida, entre sonhos, desejos e planos, ainda que legitimamente realizados. Por isso quase nunca conto, raramente falo e muito pouco digo. Continuo sem saber como contar simbioses líquidas ao ouvido faminto e curioso dos que sempre serão irremediáveis turistas. Confesso que isso, eu ainda não aprendi. Não sei narrar coisa alguma áqueles que pedem tão só o fait-diver light de indefectíveis passantes. Porque não há, na verdade, nada a dizer-lhes. Ou antes, não há nada que lhes possa ser dito. Algo menos, por mim que sou do morro e escuto o surdo, que brinco na roda, danço orixás e canto em nagô.

... Que a franqueza possa me valer o seu perdão!

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