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quinta-feira, novembro 11, 2004

Vaga na Maré



Quando toda a água descer, eu prometo recolher-te mais ao peito, Meu Bem. Mas não agora, que agora não posso!... Preciso de um olho em crista e o outro ao fundo e não tenho nenhuma mão livre que chegue para ti. Quando enfim amainarem as vagas, eu conto-te do estranho equílibrio dos corpos sobre o cambalear das marés. Estendo-te debaixo de um lençol de algas e conto-te como é ter corpo de mastro e mãos partidas de velas pandas. Mas agora não posso, Meu Bem!... Não tenho como. Falta ainda que me cresçam guelras e que em salpicos me venha esse sal de nada que me há-de salvar primeiro.

... Quando a água descer, eu prometo! Por enquanto, fico daqui: a apanhar os pequenos restos de areia em trovoada que hei-de juntar aos dois bagos de névoa que já tenho para te levar.

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1 Comments:

Blogger Silver said...

E pasma-se a minha alma.
Beijinho

11:30 da tarde  

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