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quarta-feira, março 09, 2005

Enquanto Falamos...

Passeio por entre os cerca de 200 desenhos que, ao longo dos anos, Victor Arruda foi rabiscando sem compromisso em páginas de caderno, enquanto falava ao telefone, e que compõem a inusitada exposição que fica em cartaz no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro, até 3 de Abril.


O Arruda nasceu em Cuiabá, em 1947. Fala por gestos que são assim como uma espécie de golfadas rápidas a cortar o ar, como se também ele fosse feito de papel. Diz que não sabe porque foi que a curadora Claudia Saldanha e o crítico e artista plástico Adolfo Montejo Navas, escolheram estes rabiscos para espalhar nas paredes do galpão. Como provavelmente continua sem saber por que foi que Oscar Niemeyer o convidou, em 1989, para pintar o painel que está no foyer do teatro do Memorial da América Latina. Diz que «desenha blocos e blocos» por mera «convulsão» e que só muito raramente o assedia a ideia de algum dia se subtrair à preguiça de os «ampliar». E eu gosto disso, nele. Gosto desse paradoxo que junta na mesma mão artista uma certa preguiça congénita e o exercício de velocidade na relação com o traço. Como gosto da despreocupação que é a sua, e de cada uma das obsessões despretensiosas que o fazem entrar em "convulsão", ao telefone. Enquanto falamos.

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