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sexta-feira, outubro 22, 2004

Lenta Tortura



Às vezes queria não ter escrúpulos. Queria não ter nenhuma réstia de convicção, que era para a agulha dos princípios não me picar como agora na sua ponta frágil e fina... que era para não ir sangrando em gotas esta minha certeza de que não te voltarei jamais. Por muito que me doa. Por mais que me roa. Por mais que o tempo passe e tu continues, teimosa, a fazer-me saber a espaços do quanto me choras o regresso. É sem volta, Querida: não mais voltarei a ser a Tua Menina ...Mesmo que a toda a hora me sobrevenha esta absoluta certeza de que eramos perfeitas ...Mesmo que em dias como o de hoje, te surpreenda a varar a madrugada em claro dentro de mim... e a atravessar-me a manhã... a dilacerar-me tarde a dentro... a perseguires-me as horas que de novo me aproximam perigosamente do crepúsculo onde há-de anoitecer uma vez mais. Mesmo depois de tanto tempo. Muitos meses mais do que aqueles que há para caber num ano. Mesmo assim!!... Ainda que viver seja esse corroer-me vagarosamente por dentro... só porque resolvi que não te hei-de voltar!... Só porque decidi que não será teu esse último escrúpulo que me restou depois de ti. O único que não quebrei em teu nome.

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1 Comments:

Blogger Silver said...

Escreveu um capítulo da minha história com palavras que eu não saberia. Obrigada mais uma vez. Beijinho.
Se lhe apetecer visitar-me:
http://a-minhavidadavaumblog.blogspot.com

11:24 da manhã  

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